A prefeita de Lauro de Freitas, Débora Régis, surpreendeu a população ao decretar estado de calamidade financeira logo no início do seu mandato. A medida, segundo ela, teria sido motivada por “heranças da gestão anterior”, mas tem sido vista por especialistas e pela própria população como uma tentativa desesperada de justificar sua incapacidade de gestão. O uso recorrente da desculpa da “herança maldita” levanta suspeitas sobre a real situação da cidade, uma vez que não houve uma auditoria pública nem detalhes consistentes sobre as supostas dívidas expostas. Em vez de apresentar soluções imediatas, a prefeita opta por criar um cenário de caos para se isentar de responsabilidades.
Com o decreto nº 5.432, a gestão tenta colocar panos quentes em sua falta de preparo para enfrentar os desafios administrativos. O discurso é sempre o mesmo: dívida aqui, folha atrasada ali, contratos sem pagamento… Mas nada disso explica por que a prefeita não planejou minimamente os primeiros dias da sua administração, como se não soubesse o que estava por vir. Além disso, os valores citados no decreto são colocados de forma genérica, sem indicar quem são os credores nem apresentar documentos comprobatórios à população, apenas ao TCM, em mais uma jogada de marketing institucional.
Débora Régis também anunciou um corte de 30% nos cargos comissionados, medida que soa mais como retórica populista do que ação concreta. Não foram divulgados os nomes exonerados, nem o impacto financeiro real da suposta “contenção de despesas”. Enquanto isso, os serviços públicos seguem prejudicados, e os servidores continuam sem respostas objetivas sobre seus pagamentos. Fica claro que a gestão atual usa o decreto como escudo para proteger sua própria fragilidade administrativa e adiar cobranças inevitáveis sobre seu desempenho.
A população de Lauro de Freitas já começa a perceber que a atual prefeita tem mais discursos do que ações. Em vez de encarar a realidade com responsabilidade e transparência, a gestora prefere lançar mão de manobras políticas e narrativas de vitimização. O decreto de calamidade financeira não resolve os problemas da cidade – apenas os empurra para baixo do tapete, enquanto a prefeita ganha tempo para tentar se equilibrar em uma cadeira que já começa a balançar.
